Alerta sobre vazamento ativo de gás metano do fundo do mar na Antártica
Os cientistas alertam há muito tempo sobre vazamento ativo de gás metano do fundo do mar na Antártica e o impacto no planeta...
Os cientistas alertam há muito tempo sobre vazamento ativo de gás metano do fundo do mar na Antártica e o impacto no planeta desse processo. Isso acontece pelo derretimento do gelo à medida que a temperatura global aumenta.
Grandes quantidades de metano são armazenadas sob gelo marinho. Estima-se que a Antártica contenha até um quarto do metano marinho da Terra.
Mas antes, vamos saber o que é o ‘metano’. É o composto mais simples e copioso dos hidrocarbonetos, e estes os principais constituintes do petróleo, formado por deposição de matéria orgânica no fundo dos mares e da solidificação do material sob altas pressões. Além disso, o metano é um gás de efeito estufa que acelera as mudanças climáticas e aquece o planeta 80 vezes mais do que o dióxido de carbono. Nosso assunto é o vazamento de metano do mar austral que preocupa cientistas.
Vazamento de metano do mar austral preocupa cientistas
Cientistas descobriram pela primeira vez em 2011, um vazamento ativo de gás metano do fundo do mar na Antártica, mais precisamente, do Mar de Ross. Mas eles tiveram que esperar até 2016 para fazer os primeiros estudos que agora vêm à tona.
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Mas, de onde vem este metano? “A fonte final permanece desconhecida”, disseram os pesquisadores, provavelmente de depósitos subterrâneos. Até agora a única certeza é que o gás não parece ser liberado como resultado do aquecimento global já que o Mar de Ross, onde ocorreu o vazamento, não aqueceu de maneira significativa.
O risco de vazamento do gelo preocupa há muito os cientistas, que afirmam que alguns micro-organismos podem ajudar a consumi-lo antes de ser liberado na atmosfera.
O fato de nenhum vazamento ter sido identificado até agora estava “dificultando o entendimento dos processos que regulam a liberação do metano da Antártica”, disseram os pesquisadores.
Onde foi publicado o estudo
Na revista Proceedings os the Royal Society B, Biological Sciences, em 22 de julho de 2020. portanto ele tem embasamento. Mas, no caso do vazamento do fundo do Mar de Ross a preocupação aumentou porque, aparentemente não há o que fazer para impedi-lo, e este processo provavelmente acelera o desenvolvimento de aquecimento global.
Não bastou este ano a Sibéria registrar calor de 30ºC neste verão. Agora, temos mais esta descoberta para acelerar ainda mais o processo.
O motivo da preocupação é que desta vez parece que os microorganismos que normalmente ajudam a consumi-los enfrentam dificuldades. Andrew Thurber, oceanógrafo da Oregon State University, que liderou a pesquisa levantou a questão: “Não são boas notícias. Demorou mais de cinco anos para os micróbios começarem a aparecer e mesmo assim ainda havia metano rapidamente escapando do fundo do mar.”
E concluiu: “pode levar de cinco a dez anos até que uma comunidade se adapte totalmente e comece a consumir metano”.
Antártica tem até um quarto do metano marinho da Terra
Até agora, nenhum vazamento ativo de metano havia sido registrado na Antártica. Mas pesquisadores sabem que grandes quantidades de metano são armazenadas sob gelo marinho.
Os pesquisadores observaram que a Antártica pode conter até um quarto do metano marinho da Terra. E alertam há muito tempo sobre o impacto no planeta se o metano vazar – algo causado pelo derretimento do gelo à medida que a temperatura global aumenta. No caso do fundo dos oceanos, ele é formado por matéria orgânica, como algas mortas e animais ou seu cocô, decompondo-se e afundando.
A NASA alertou em 2018 que o degelo no Ártico poderia liberar gases como o metano, contribuindo para um aquecimento global ainda mais rápido, que não era levado em consideração nas projeções climáticas.
Ártico e Antártica, e o metano
A BBC, que também abordou a descoberta, diz que ‘Esta não é a primeira vez que o metano foi encontrado vazando do fundo do mar, os pesquisadores também viram isso acontecendo abaixo da superfície do Oceano Ártico‘. ‘O metano pode ser armazenado no fundo do mar ou dentro de cristais de gelo, conhecidos como hidratos de metano’.
Segundo a BBC, o cientista ambiental Robert Sparkes, da Universidade Metropolitana de Manchester, comentou as novas descobertas, dizendo à Newsround que poderia haver “centenas de milhões de toneladas de gás na área”.
“A previsão é que, se o fundo do mar começar a esquentar, o metano escapará. Os cristais de gelo são estáveis quando está frio e há alta pressão, mas se o mar aquecer, o metano não será retido nos cristais”
O ambiente hostil da Antártica o torna um local desafiador para explorar e realizar pesquisas. E apesar da verificação de que o Mar de Ross não aqueceu de maneira significativa ‘outras águas na Antártica são ‘drasticamente’ mais quentes e as preocupações com a liberação de mais metano estão aumentando’, explicou a BBC.
Próximos passos da pesquisa
Eles vão demorar até em razão da pandemia, não só pela dificuldade logística na Antártica. Mas o próximo passo está decidido: descobrir se há outros vazamentos e como as bactérias estão respondendo é uma prioridade.
“Continuaremos a tentar descobrir a rapidez com que os micróbios comem o metano, e é uma excelente oportunidade para entender esse processo, especialmente na Antártica, onde sabemos tão pouco”, disse Thurber.
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