Doença de pele fatal em golfinhos é associada à crise climática
A pesquisa publicada este mês na Scientific Reports, reporta uma doença fatal de pele em golfinhos e associa à crise climática, a condição está...
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A pesquisa publicada este mês na Scientific Reports, reporta uma doença fatal de pele em golfinhos e associa à crise climática, a condição está relacionada à queda da salinidade das águas costeiras causada por tempestades mais frequentes e devastadoras.
O estudo foi conduzido por uma equipe do Centro de Mamíferos Marinhos em Sausalito, Califórnia, o maior hospital de mamíferos marinhos do mundo e pesquisadores australianos.
Conhecida como “doença da pele de água doce”, desde que apareceu pela primeira vez há 15 anos em golfinhos nariz de garrafa, posteriormente foi descoberta em mamíferos marinhos em diferentes partes do mundo.
“Esta doença de pele devastadora está matando golfinhos desde o furacão Katrina, e finalmente conseguimos definir a causa do problema”, disse o Dr. Pádraig Duignan, patologista-chefe do Centro de Mamíferos Marinhos.
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“Com uma temporada recorde de furacões no Golfo do México este ano e sistemas de tempestades mais intensos em todo o mundo devido à mudança climática, podemos esperar ver mais desses surtos devastadores matando golfinhos.”
2020 quebrou o recorde de número de tempestades do Atlântico, fortes o suficiente para receber nomes em uma única temporada. A crise climática está alimentando furacões poderosos, dizem os cientistas. Isso ocorre porque os ciclones tropicais usam ar quente e úmido como combustível e à medida que os oceanos esquentam, mais desse combustível fica disponível.
Surtos significativos da doença foram descobertos nos últimos anos em golfinhos nadando nas águas dos estados americanos de Louisiana, Mississippi, Alabama, Flórida e Texas, junto com a Austrália.
Onde ocorreram os surtos, uma queda dramática no salinidade da água é o fator comum.
Os golfinhos costeiros podem lidar com as variações sazonais da salinidade em seus habitats marinhos, mas não vivem em água doce.
Furacões e ciclones severos, especialmente se precedidos por condições de seca, despejam volumes incomuns de chuva que transformam as águas costeiras em água doce, observou o estudo.
Essas condições podem durar meses depois de grandes tempestades como os furacões Katrina e Harvey, que atingiram a região do Golfo. Após o Katrina em 2005, a doença de pele mortal foi descoberta pela primeira vez em cerca de 40 golfinhos nariz de garrafa perto de Nova Orleans. E atualmente se vê em diferentes locais pelo planeta.
![Science Tech News](https://sciencetechnews.com.br/wp-content/uploads/2020/12/adult-female-t-australis-case-1-found-dead-severe-ulcerative-dermatitis-jones-bay-lake-king.jpg)
Como a mudança climática está matando criaturas marinhas?
De acordo com o estudo recente, publicado na Nature, na Austrália, dois eventos de mortalidade notavelmente semelhantes envolvendo golfinhos possibilitaram a criação de uma definição de caso com base na patologia e em fatores ambientais. De acordo com os pesquisadores, ambos os grupos de animais marinhos exibiram pele irregular e lesões cobrindo quase 70 por cento de seu corpo, apresentando espécies de fungos e bactérias além de descoloração.
Embora não existam muitas notícias positivas a serem encontradas nesta descoberta sombria, consideramos um avanço as informações coletadas até agora e poderemos usar esse conhecimento para ajudar os golfinhos em ambientes costeiros.
Temos que enfrentar o problema impiedoso das mudanças climáticas, que é multifacetado, e também temos que aliviar outras ameaças aos golfinhos, quantas chamadas de alerta mais precisamos antes que seja tarde demais? disse o patologista veterinário Nahiid Stephens, da Murdoch University, na Austrália.
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