As ambiciosas metas de redução de carbono da China e o controle da infraestrutura de gás GNL de todo o país
Nos últimos meses, a China conquistou um lugar privilegiado em muitas manchetes de energia, graças às ambiciosas metas de redução de carbono e energia...
Nos últimos meses, a China conquistou um lugar privilegiado em muitas manchetes de energia, graças às ambiciosas metas de redução de carbono e energia limpa do presidente Xi Jinping. A China é atualmente o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, suas emissões são quase o dobro das do segundo colocado, os Estados Unidos.
De acordo com dados do Banco Mundial, a China tem 20 das 30 cidades mais poluídas do planeta.
Portanto, é uma grande notícia que Pequim o anúncio de que atingirá o pico de emissões em apenas dez anos e, em seguida, reduzirá sua pegada de carbono para zero em apenas 2060.
Embora isso seja uma ótima notícia para o clima e excelente para povo chinês, essa também é uma questão de capacidade e poder. A decisão da China de dobrar as energias renováveis tem muito mais a ver com segurança energética que é uma das principais preocupações de Pequim. A China depende de importações de energia estrangeira, e está fazendo de tudo para se livrar dos combustíveis fósseis estrangeiros e se tornar um gigante produtor de energia por direito próprio.
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Até agora, isso envolveu fazer movimentos agressivos em mercados de energia estrangeiros em grande parte países subdesenvolvidos, aumentando a produção de carvão no exterior onde as emissões não serão atribuídas à China, mas aos países onde a China agora opera.
Agora a China revelou a mais nova fase em sua estratégia de segurança energética, e envolve um novo gasoduto estatal, comprando uma grande parte dos ativos de propriedade da maior empresa de gasodutos do país a Kunlun Energy, para reforçar a segurança energética do país e quebrar as barreiras do mercado”, relatou a World Oil esta semana. Com isso a China assume o controle da infraestrutura de GNL do país para reforçar a segurança energética.
As ações da Kunlun tiveram um grande salto com a notícia de que a empresa estaria vendendo 60% de seu gasoduto de gás natural localizado em Pequim e uma participação ainda maior de 75% em sua subsidiária de gás natural liquefeito. O comprador é a nova empresa estatal chinesa apropriadamente chamada PipeChina, que iniciou suas operações em outubro. Kunlun também é subsidiária de uma empresa de energia estatal. Ela existe sob o amparo da PetroChina Co., proprietária majoritária de um oleoduto de Pequim e de outra infraestrutura de transporte de GNL importante.
“A China Oil & Gas Pipeline Network Corp. são um esforço do governo do presidente Xi Jinping para consolidar os principais oleodutos do país e outras instalações intermediárias em uma única empresa, com o objetivo de aumentar a concorrência entre perfuradores e vendedores de petróleo e gás”, reportou a World Oil.
Embora seja improvável que a China, seja capaz de substituir essas importações por energia produzida internamente no curto prazo, este último movimento do presidente Xi para consolidar a infraestrutura de oleodutos da China permitirá que seu governo reforce o controle da indústria e contribua para o desenvolvimento de Pequim a longo prazo, além de reforçar os objetivos de segurança energética.
A China também vem investido em energia eólica e solar, o país tem o objetivo de aumentar a contribuição de combustíveis não fósseis para 25% do consumo total de energia até 2030, mas, produtores de energia eólica e solar chineses precisam de ajuda do governo para atingir essa meta, serão necessários incentivos certos e reformas de mercado para cumprir os objetivo de neutralidade de carbono de Xi Jinping.
A capacidade de gerar eletricidade a partir do vento e do sol precisa triplicar até 2030, disse o presidente Xi Jinping em um discurso no fim de semana.
Mas a China tem outro desafio, é incentivar a entrada de capacidade de geração flexível, é necessário aprimorar a estrutura regulatória atual e o desenho do mercado para incentivar o investimento em capacidade flexível, como armazenamento de energia por bateria, armazenamento hidro-bombeado e usinas de gás natural, para alcançar a neutralidade de carbono em 2060, disse Lucas Zhang Liutong, diretor da WaterRock Energy Economics.
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