Quanto tempo uma pessoa pode viver no século 21?
Havia quase meio milhão de centenários em 2015, quatro vezes mais que em 1990, de acordo com estimativas das Nações Unidas. E...
Havia quase meio milhão de centenários em 2015, quatro vezes mais que em 1990, de acordo com estimativas das Nações Unidas. E espera-se que esse crescimento acelere, as projeções sugerem que existirão cerca de 3,7 milhões de centenários em todo o mundo em 2050.
Embora os centenários representem uma pequena parcela da população idosa do mundo, sua proporção está crescendo. Em 1990, foram 2,9 centenários para cada 10.000 adultos com 65 anos ou mais em todo o mundo. Essa proporção aumentou para 7,4 em 2015 e a projeção é de aumentar para 23,6 em 2050.
Existem, no entanto, muito menos “supercentenários”, pessoas que vivem 110 anos ou mais. A pessoa viva mais velha confirmada, Jeanne Calment, da França, tinha 122 anos quando morreu em 1997; atualmente, a pessoa mais velha do mundo é Kane Tanaka, do Japão, de 118 anos.
Essa longevidade extrema, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade de Washington, provavelmente continuará a aumentar lentamente até o final deste século, e as estimativas mostram que uma vida útil de 125 anos, ou mesmo 130 anos, é possível.
Em 2050, espera-se que a China tenha a maior população centenária, seguida pelo Japão, Estados Unidos, Itália e Índia, que também permanecerão entre os cinco primeiros.
O estudo publicado na Demographic Research, usa modelagem estatística para examinar os extremos da vida humana. Com a pesquisa em andamento sobre o envelhecimento, as perspectivas de futuras descobertas médicas e científicas e o número relativamente pequeno de pessoas que comprovadamente atingiram a idade de 110 anos ou mais, trás os possíveis limites para o que é referido como a idade máxima relatada na morte. Enquanto alguns cientistas argumentam que doenças e deterioração celular básica levam a um limite natural na expectativa de vida humana, outros afirmam os limites conhecidos serão quebrados, como evidenciado por supercentenários que quebraram recordes.
Pearce e Adrian Raftery, professor de sociologia e estatística da UW, tomaram uma abordagem diferente. Eles se perguntaram qual a maior vida humana individual poderia ser em qualquer lugar do mundo até o ano 2100. Usando estatísticas bayesianas, uma ferramenta comum nas estatísticas modernas, os pesquisadores estimaram que o recorde mundial de 122 anos certamente será quebrado, com uma forte probabilidade de pelo menos uma pessoa vivendo entre 125 e 132 anos.
Para calcular a probabilidade de viver depois dos 110, Raftery e Pearce recorreram à mais recente iteração do Banco internacional de Longevidade, criado pelo Instituto Max Planck de Pesquisa Demográfica. Esse banco de dados rastreia supercentenários de 10 países europeus, além do Canadá, Japão e Estados Unidos.
Usando uma abordagem bayesiana para estimar a probabilidade, a equipe da UW criou projeções para a idade máxima relatada na morte em todos os 13 países de 2020 a 2100.
Entre suas descobertas:
- Os pesquisadores estimaram que cerca de 100% da probabilidade de que o registro atual de idade máxima relatada na morte de 122 anos e 164 dias de Calment seja quebrado;
- A probabilidade permanece forte de uma pessoa vivendo mais, com 124 anos (99% de probabilidade) e até mesmo a 127 anos (68% de probabilidade);
- Uma vida útil ainda maior é possível, mas muito menos provável, com uma probabilidade de 13% de alguém viver até os 130 anos;
- É “extremamente improvável” que alguém viva até 135 neste século.
A probabilidade de quebrar o recorde de idade atual só aumenta se o número de supercentenários crescer significativamente. Com uma população global em constante expansão, isso não é impossível, dizem os pesquisadores.
O estudo foi financiado por National Institute for Child Health and Human Development.
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.